GelAvista

Com a abertura da época balnear, o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), através do programa GelAvista, quer aumentar o número de voluntários a observadores das populações e organismos gelatinosos na costa portuguesa.

O GelAvista é um programa que recorre a cidadãos voluntários para obter dados com o intuito de monitorizar as populações de organismos gelatinosos, como por exemplo as medusas. O programa pretende envolver a população em geral para a recolha de informação relativamente à presença de qualquer organismo de aspeto gelatinoso nas praias, marinas, debaixo de água ou quando recolhido nas redes de pesca. A informação deve ser enviada com a data, local, número de organismos e fotografia, se possível, para o email plancton@ipma.pt.
O grupo dos gelatinosos é composto por uma grande variedade de espécies, muito diferentes entre si, mas que partilham a propensão de criar ‘blooms’. Estes organismos têm uma capacidade de reprodução e crescimento muito rápidos, originando um aumento da sua abundância e biomassa. No entanto, e apesar do reconhecimento da sua existência, estes organismos têm sido ‘ignorados’ pela ciência em todo o mundo, devido à sua inerente dificuldade de recolha e estudo, bem como à errada noção de que não são importantes nos ecossistemas. No entanto, esta noção não poderia estar mais longe da verdade. Os blooms severos de gelatinosos podem ter impactos muito negativos nas atividades económicas, especialmente na pesca, mas também no turismo, aquacultura entre outros. A grande abundância e concentração de gelatinosos poderá ter um impacto nas populações de peixes pelágicos, através do consumo dos seus juvenis ou, indiretamente, do consumo do seu alimento (zoo-plâncton). Além disso, podem também ser capturados nas redes de pesca, diminuindo a capacidade de recolha de cada lance.
“Em Portugal pouco se sabe sobre a distribuição, diversidade e dinâmica das populações de organismos gelatinosos. Apesar da sua importância, os estudos existentes são poucos e localizados e não existe um conhecimento científico geral a nível nacional. Para ajudar a colmatar esta lacuna, o programa GelAvista ambiciona envolver a população na ciência, através da sua participação com informação que vai ser importante para adicionar aos restantes dados que são obtidos nos projetos científicos de maneira a aumentar significativamente o conhecimento destes organismos, especialmente no contexto atual de alteração climática.

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